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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Esquistossomose, doença dos pernambucanos








Por PGAPereira. Começa aqui uma viagem no tempo para desvendar o passado e o presente de nove doenças, males que já deveriam ter sumido do território pernambucano, mas fazem parte da rotina em pleno 2012. De década a década, ao longo de 100 anos, descubra o que revelaram cientistas, conheça artigos de repercussão e atente principalmente para os personagens reais, sobreviventes de uma injusta e desigual luta pela vida.A reportagem especial doenças sem fim encontrou crianças expostas à esquistossomose e toda a sorte de verminose, tomando banho e fazendo necessidades fisiológicas nos rios porque não têm banheiro em casa. Descobriu jovens da cidade e do interior com o coração quase parando por causa de uma doença sem registro obrigatório. Deparou-se com adolescentes grávidas marcadas pela hanseníase e leishmaniose. Resgatou velhos e novos herdeiros da doença de Chagas, além de uma nova geração vítima de tracoma e tuberculose. Foi atrás da quase exterminada filariose, que ainda atormenta quem mora junto a córregos e esgotos.
DO ESGOTO PARA O CARAMUJO. O pescador André Severino dos Santos, 33 anos, herdou o mal que matou o pai dele há sete meses. Não é congênito, mas pode se multiplicar em família quando a exposição é repetida de geração em geração. André e o pai são vítimas da esquistossomose, provavelmente introduzida no Brasil com o tráfico de escravos africanos, e que encontrou vida longa em alagados e barrigas pernambucanas. O Estado é campeão brasileiro em mortes pela doença. Sinal de uma boa vigilância, que não deixa escapar um só registro? Nem tanto. Más condições sanitárias se perpetuam em pleno desenvolvimento econômico fruto de governadores incompetentes e semianalfabetos que desconheciam a realidade de seu povo. Nós pernambucanos tivemos aqui parlamentares desqualificados para as funções que exerciam, uns arrogantes que só enxergavam catar votos de pessoas humildes e obedientes e que há séculos não levantaram uma palha para melhorar o quadro clínico da população miserável e doentia pernambucana. Tinham poucos conhecimentos em asfaltar ruas e estradas, trocar lâmpadas de postes e coletar o lixo e jogá-lo em lixões a céu aberto, mas se a urgência pedia uma ação enérgica na área da saúdes, eles construíam um posto de saúde e meses depois estavam entregues as baratas e eram esquecidos, mais um elefante branco no cartão postal da cidade. De 1950, quando foi realizado o primeiro inquérito nacional sobre a doença, até hoje, a paisagem mudou um pouco, com casas de alvenaria, energia elétrica, internet e água encanada. Mas a rede de distribuição não chega a todos e a coleta e tratamento de esgoto, por onde deveriam escorrer fezes infectadas, é coisa rara. Os órgãos de comunicação em massa não veiculam informativos sobre como evitar esses tipos comuns de doenças que assola a Zona da Mata, Litoral e até em comunidades da metropolitana Jaboatão dos Guararapes, onde há famílias sem torneira ou banheiro. Pesquisas da Fundação Oswaldo Cruz constataram nas últimas duas décadas o Shistossoma mansoni em caramujos de água doce e em fezes de moradores em toda essa extensão, inclusive no Recife. Por mês, o principal serviço de referência, o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco admite oito novos doentes crônicos, com a forma grave da doença parasitária, etapa na qual o verme já provocou estragos quase irreparáveis, dilatando vasos do esôfago, matando por hemorragia digestiva. No Hospital da Restauração, também chegam crianças e adultos com lesões no sistema nervoso. E no Pronto-Socorro Cardiológico de Pernambuco (Procape) chama a atenção à hipertensão pulmonar pela esquistossomose. Não há só amarelos e com barriga d’água. A esquistossomose ganhou outras feições.

BARRIGA D’ÁGUA E PARALISIA. A presença da esquistossomose entre as gerações é visível nas pesquisas, nas lembranças de quem sobreviveu à doença e dos que permanecem expostos a ela. Embora não tenha concluído o novo inquérito nacional sobre a endemia, a bióloga Constança Simões Barbosa, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Pernambuco, comprova em seus recentes estudos a sobrevivência do verme na Zona da Mata e sua franca expansão por todo o Litoral. A Lagoa do Náutico, em Jaboatão dos Guararapes, é endereço certo do ciclo interminável homem-esgoto-caramujo-homem, onde o pescador André Severino dos Santos, 33 anos, primeiro personagem dessa matéria, passa a maior parte do tempo. Ele é herdeiro da praga que mata cerca de 200 pernambucanos por ano. Além de ver o pai morrer de hemorragia digestiva por causa do verme, André já carregou o bicho na barriga e não tem como evitar o contato com a água contaminada. Evandro Barros, da mesma geração, residente em Gameleira, Zona da Mata Sul do Estado, está com 35 anos e desde os 18 perdeu o movimento das pernas porque o xistossomo se alojou na sua medula. Pesquisamos Jaboatão e Gameleira. O território vizinho da capital, com a segunda maior população de Pernambuco, e a outra cidade pertence ao grupo das 108 em que a esquistossomose é endêmica. Na metade do século passado, 86% dos moradores de Gameleira tinham o verme. Em Jaboatão, 52% estavam na mesma situação. Aquela foi a primeira grande pesquisa realizada no Brasil para definir a distribuição da verminose, coordenada por Barca Pellon e Isnard Teixeira, do então Ministério da Educação e Saúde. A média de positivos, no Estado, foi de 25% e os pesquisadores presumiram, então, que um quarto dos pernambucanos estavam infestados. Foram testadas em 50.365 pessoas em idade escolar e 608 de outras faixas etárias. Nada menos que 12.752 tinham o xistossomo. Os trabalhos, dirigidos pelos médicos Lessa de Andrade e Orlando Parahym, não encontraram muita distinção entre sexo, cor e residência rural ou urbana. Sessenta e um anos depois, o Programa de Enfrentamento das Doenças Negligenciadas da Secretaria de Saúde de Pernambuco encontrou 8.414 infestados, nos municípios endêmicos, num universo de 165.458 exames realizados. São agora 5% positivos para o verme, índice quatro vezes menor, mas inaceitável. No intervalo de seis décadas, a responsabilidade pelo controle da esquistossomose saiu de mãos federais para municipais. Em vez dos guardas sanitários da Sucam (depois chamada Funasa), foram os agentes de endemias, contratados pelas prefeituras, que passaram a entregar de casa em  casa recipientes,potes, para coleta de fezes. Mas os resultados dos exames nem sempre chegaram a tempo hábil no endereço certo. E as condições sanitárias não mudaram totalmente. Resultado: muitas famílias só descobrem a esquistossomose pela autópsia, com a morte do enfermo. A hipertensão pulmonar é uma delas. E foi esse mal que fez o jardineiro Aurélio Olímpio Gomes, 45 anos, morador do Cabo de Santo Agostinho, descobrir que é portador do xistossomo. Há 12 anos, andando de bicicleta, passou mal e caiu. Procurou a agente de saúde e foi examinado pelo médico do posto perto de casa. De lá, foi encaminhado ao Pronto-Socorro Cardiológico de Pernambuco, onde vez por outra se interna passando mal. Na cidade de Gameleira, as múltiplas faces da doença também se revelam como a que deixou Evandro sem andar. O hoje auxiliar de serviços gerais, funcionário público do município, anda com a ajuda de muletas. "Aos 18 anos, deu uma dor forte nas costas. Achava que era problema de coluna. No segundo dia, perdi força nas pernas e caí. No Hospital de Ribeirão (cidade vizinha), o médico me perguntou se eu tinha tomado banho de rio. Suspeitou da esquistossomose". A suspeita confirmou-se no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, onde passou quase dois meses internado. Evandro tomava banho no Rio Sirinhaém e não sabia do risco de contrair a doença. "Só agora sei que o verme se aloja no caramujo e dele passa pra gente. Depois de muita fisioterapia consegui sair da cama", conta. As lesões neurológicas são raras, mas numa região endêmica tornam-se mais comuns, explica a médica Ana Lúcia Coutinho, do Hospital das Clínicas, que se dedica à esquistossomose como fez seu pai, Amaury Coutinho. Por mês, indigna-se a médica, são oito novos casos crônicos admitidos no ambulatório de gastroenterologia da unidade de saúde, depois de uma hemorragia ou de outra complicação séria, descobrindo só assim a condição de portador. No início do século passado, a situação era pior. O diagnóstico da esquistossomose era dado após a morte do paciente, segundo registros da cadeira de anatomia patológica da Faculdade de Medicina do Recife, assinados por outro Coutinho, Aluízio Bezerra, primo de Amaury.
TRATAMENTO COLETIVO. Sem saneamento básico em grande parte de sua extensão – só pouco mais de um terço dos domicílios estão ligados à rede coletora de esgoto–, não resta outra arma para conter a transmissão da esquistossomose em Pernambuco, a não ser tratar as pessoas infestadas pelo verme. Mas a estratégia defendida pelo Estado, com a conivência do Ministério da Saúde, mal começou e já atrai muitas críticas. "É louvável a intenção, mas existem muitas dificuldades na prática", diz a agente de saúde de Gameleira. Além de temer reações nos moradores sem que haja médico de retaguarda o tempo todo, Lucineide lembra que há uma contradição. Ela tem que orientar a comunidade a só tomar remédio prescrito pelo médico e agora, com o tratamento em massa, tem que convencer as famílias a tomar os comprimidos contra o verme da esquistossomose sem receita e sem comprovação de que a pessoa está infestada. Gameleira, na Mata Sul, tem 27.912 moradores. O Censo 2010 do IBGE encontrou 545 domicílios sem banheiro e 1.195 abastecidos com poço ou nascente fora da propriedade. Jaboatão dos Guararapes é a segunda cidade mais populosa do Estado, com 649.787 habitantes. Lá, há 79.067 casas com banheiro ligado à fossa rudimentar e 51.169 à rede de esgoto ou pluvial.
VERMINOSES - A diminuição da miséria, com a inclusão de pernambucanos em programas sociais como o Bolsa Família, é uma realidade. De fato, mesmo diante da prolongada seca deste ano – a maior dos últimos 85 anos - é possível constatar a diferença em ter R$ 70,00 ou R$ 160,00 no bolso quando não é possível tirar do campo o alimento. Entretanto, a longa estiagem revela no Agreste e Sertão que o bem mais básico ainda falta na torneira de muita gente: a água potável. A sede é saciada com água barrenta, de açudes quase esgotados, ou de fontes duvidosas, como a da casa onde vive o garoto Jocivan da Silva (foto), seus pais e oito irmãos, no Sertão do Araripe. No interior, ainda é comum andar léguas a pé para buscar água, carregar latas na cabeça ou recorrer da moto ou jumento. E nem sempre em condições de consumo humano com água salgada (salobra) e constituição do próprio solo local com muito arsênio venenoso, outros metais e até mofos de água do subsolo há muito retesada. O problema todo está nas escolhas dos secretários das cidades e de obras os quais constroem açudes com poucas profundidades com vários metros o que acarreta evaporação de toda a água coletada pela irradiação solar – em vez de uma profundidade maior e correta de 100 metros atingindo até poços artesianos. As centenas de milhares de cisternas entregues a população rural – coleta de água pelo telhado com urinas e fezes de ratos e gatos, caneletas e armazenamento em caixas d’água baseada no solo (um tanque de procriação de vermes) não é lá uma idéia boa, isto porque trás muitas enfermidades além do lodo que causa doenças renais degenerativas.   Na Zona da Mata e Grande Recife, nem precisa o clima ir ao extremo para enxergar os problemas. Nas áreas urbanas das cidades grandes, as famílias vão driblando o racionamento d'água. Lavar as mãos antes das refeições e depois de ir ao banheiro é teoria difícil de cumprir até mesmo nas escolas, onde as gerações recebem as primeiras lições de saúde. O que corre nos rios e canais também exala o mau cheiro do lixo e das fezes. O pleno crescimento não universalizou banheiro nem esgoto recolhido e tratado. O resultado é que lombrigas, giárdia, ameba e até o amarelão estão se multiplicando nos intestinos. Vermes e protozoários menos agressivos que o xistossomo, mas com real poder de adoecimento, permanecem como no passado. Em menor proporção, mas em condições de estragar o crescimento saudável das crianças.
AMARELÃO - De cada 100 pessoas que vivem em 58% dos municípios pernambucanos, sete têm algum tipo de verme na barriga. Nessa conta não entra o xistossomo, e dependendo do saneamento básico oferecido, a infestação pode ultrapassar 10% dos moradores. Rios limpos, esgoto coletado e tratado, frutas e verduras cultivadas longe de coliformes fecais, mãos e unhas bem asseadas, água clorada, tudo isso que constitui a condição ideal para evitar a transmissão de verminoses, não se aplica a áreas de racionamento, seca e pouca educação. Por isso, o amarelão, que aparece apenas em livro de ciências (que as escolas teimam em não dá uma importância relevante), também tem seu espaço em pleno 2012, na mesma área endêmica para a esquistossomose. Os secretários de educação de Pernambuco, uns desqualificados para essa função, não prestaram contribuição alguma como medida profilática para a erradicação dessas enfermidades tão perigosas, mal sabiam confeccionar bandeirinhas de festa de São João, desfile do 7 de setembro e teatrinhos de veados. Culpado por toda essa desgraceira foram os governadores de Pernambuco. Segundo o Programa Estadual de Enfrentamento das Doenças Negligenciadas (Sanar), de 165.458 pessoas submetidas a exame de fezes entre 2011 e 2012, 12.554 tinham verminoses, sendo os mais frequentes os ascarídeos ( lombriga), os triquiuros e o ancilóstomo (amarelão). Embora sejam indicador de doença, o SUS não faz registro desses parasitas no sistema de informação. O Estado fica então sem saber quantos casos positivos foram tratados. O coordenador do Sanar, Alexandre Menezes, revela que as áreas com maior frequência do amarelão são a Região Metropolitana (Jaboatão, Cabo, Goiana e Igarassu) e Zona da Mata (Aliança, Belém de Maria, Bom Jardim, Catende, Cortês, João Alfredo, Paudalho e Vitória). É menos frequente no Agreste, mas com registro importante em Gravatá, Bom Conselho, Correntes e Garanhuns. Dossiê mapeando áreas com maior incidência de esquistossomose e demais parasitoses será encaminhado pela Saúde aos responsáveis, no governo, pelo saneamento, para auxiliar na definição de obras que melhorem as condições de vida das comunidades, informa Menezes. Na década de 50, no inquérito realizado por Barca Pellon e Isnard Teixeira, do Ministério da Educação e Saúde, as lombrigas estavam presentes nas fezes de 97,14% dos escolares da Zona da Mata e Litoral e o amarelão, em 46,96%. O pescador André compreendeu há 11 meses, com a morte do pai, o poder devastador da doença. "Para essa lagoa (a do Náutico) ficar livre do xistossomo, é preciso tratar o canal, tirar os esgotos", compreende. Tem medo de entrar nela? "Medo eu tenho, mas vou fazer o quê?", responde, com a responsabilidade de criar três filhos e a mulher, todos dependentes da pesca. Antes, a situação era pior. Há um ano morava às margens do lago e convivia com o caramujo transmissor da doença em tempo integral. Um projeto de ampliação viária na cidade acabou transferindo para outro lugar André e dezenas de moradores.
GIÁRDIA E AMEBA - No Recife, a Secretaria Municipal de Saúde encontrou algo mais examinando as fezes de escolares. Nada menos que 24% das crianças tinham giárdia ou ameba, protozoários. A proporção foi maior que a de vermes (12% de infestação). Na ação feita em parceria com o Programa de Saúde da Escola, após campanha educativa nos colégios, 500 potes para coleta de fezes foram distribuídos, mas menos da metade (221) retornou com material para o laboratório. Ameba e giárdia não recebem a atenção merecida. A própria OMS não definiu critérios para tratamento em massa. Quando o assunto é verme, recomenda tratar coletivamente escolas onde 20% dos examinados forem positivos. Mas será que vale tratar todo mundo apenas sem melhorar as condições sanitárias das unidades de ensino, por exemplo? "Estamos refletindo sobre a melhoria da estrutura das escolas e sua grade curricular", questiona Antônio Leite, gerente de Vigilância Epidemiológica. No Recife esgoto a céu aberto estava presente no entorno de 16,7% dos domicílios particulares permanentes urbanos, segundo o Censo 2010 do IBGE. São 5,7 pontos acima da média nacional de 11,0%. Na capital vivem 1.537.704 pessoas.

domingo, 16 de dezembro de 2012

Medicamentos em sprays e conta-gotas longe do alcance das crianças


por PGAPereira. Mantenha todos os medicamentos com embalagens sprays, incluindo conta-gotas para os olhos e nariz fora do alcance das crianças. Engolir mesmo uma pequena quantidade desses produtos pode causar danos graves às crianças. É o pesadelo de todos os pais: Você está de costas, e seu filho engole algo tóxico. Isso acontece com os produtos que você não pode imaginar serem perigosos. Por exemplo, aplicar remédios no olho na forma de conta-gota (OTC) utilizado para aliviar vermelhidão ou como descongestionante nasal. "Nas mãos de crianças pequenas que estão aptas a engoli-los, eles podem causar sérios problemas de saúde", diz o farmacêutico Yelena Maslov, Pharm.D., No Food and Drug Administration (FDA). FDA está alertando o público para manter esses produtos, que contêm os ingredientes ativos Tetrahidrozolina, oximetazolina, nafazolina ou (conhecidos como derivados imidazolínicos)-fora do alcance das crianças em todos os momentos. Os produtos são vendidos sob várias marcas tais como Visine, Dristan e Mucinex, bem como em tipos genéricos e sob diversas embalagens. Maslov explica que uma colher de chá de conta-gotas para os olhos ou sprays nasais que contêm derivados da imidazolina é igual a cerca de 5 mL (100 gotas) e, em que o dano foi relatado a partir de se engolir tão pouco como 1 ml a 2 ml (de 20 a 40 gotas). "As crianças que engolem até mesmo quantidades minúsculas destes produtos podem ter graves efeitos adversos", diz. Entre 1985 e 2012, o FDA identificou 96 casos em que crianças com idades variando de 1 mês a 5 anos acidentalmente engoliram produtos que continham esses ingredientes. Os casos foram relatados por consumidores e fabricantes para bancos de dados monitorados pelo FDA. De acordo com alguns relatos de casos, as crianças mastigaram ou chuparam as embalagens sprays ou estas foram encontradas vazias ao lado delas. Não houve mortes, no entanto mais de metade dos casos (53) relatou-se hospitalização por causa de sintomas que incluíam náuseas, vômitos, letargia (sonolência), taquicardia (batimento cardíaco acelerado), e coma. "A subnotificação desses tipos de eventos é comum, por isso é possível haver outros casos que não foram diagnosticados", diz Maslov.
Embalagens seguras para crianças. Estes produtos são apenas significativos para uso nos olhos ou nariz. Nos olhos, os ingredientes trabalham pelo estreitamento dos vasos sanguíneos para aliviar a vermelhidão de irritações oculares menores. No nariz, eles contraem os vasos sanguíneos para aliviar a congestão nasal devido ao resfriado comum, febre do feno, ou alergias. Em janeiro de 2012, a Consumer Product Safety Commission dos EUA (CPSC) propôs uma regra para exigir embalagens de todos os produtos que contenham pelo menos 0,08 mg de um derivado de imidazolina resistentes para uso de crianças. No entanto, esta regra não foicumprida. Além disso, a Divisão de Prevenção do FDA de erro de medicação e Análise (DMEPA) em uma parceria com a CPSC alerta os consumidores sobre a necessidade de manter estes produtos em segurança, fora do alcance das crianças. De acordo com a FDA mais de 60.000 crianças acabam em departamentos de emergência a cada ano nos EUA porque tomaram medicamentos, enquanto seus pai ou responsável não estavam as observando.  A literatura veiculada sugere que os pais devem explicar aos seus filhos o que o medicamento é e por que os pais devem ser os únicos a dar para a criança. Além disso, nunca dizer a uma criança que o medicamento é doce para que ele ou ela possa se medicar, mesmo que a criança não goste de tomar o medicamento.
Longe do alcance das mãos. Para ajudar a evitar a exposição acidental de uma criança a qualquer medicação, os pais e outras pessoas encarregadas de cuidar delas devem: (a) Armazenar medicamentos em um local seguro, que seja muito alto para as crianças alcançarem ou os verem. (b) Nunca deixe medicamentos ou vitaminas expostos em um balcão da cozinha ou ao lado da cama de uma criança doente. (c) Se um frasco de remédio tem uma tampa de segurança, certifique-se de colocar a tampa novamente a cada vez que você usá-lo. (d) Lembre as babás e visitantes para manter bolsas, malas ou casacos que contenham medicamentos longe das crianças e escondidos quando encontrarem-se em sua casa. (e) Evite tomar medicamentos na frente das crianças, porque eles gostam de imitar os adultos.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Os canibais de Garanhuns




Por PGAPereira. Foram indiciados Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, a esposa dele Isabel Cristina Pires da Silveira e a amante, Bruna Oliveira, como assassinos da jovem adolescente Jéssica Camila da Silva, 17 anos, desaparecida desde 2008 em Pernambuco. O trio está preso e vai a julgamento até o final de 2012 por este crime cometido e pelo assassinato de outras duas mulheres em Garanhuns, Agreste pernambucano. Eles teriam matado Jéssica e ficado com sua filha, na época recém-nascida. O corpo da adolescente teria sido esquartejado e enterrado no quintal da casa, em Rio Doce, Olinda, onde os acusados moravam. Segundo o delegado, além de Jéssica, o trio teria tentado atrair outra mulher para a casa em Rio Doce. "Temos relatos consistentes que mostram a intenção dos três em fazer outras vítimas", afirmou o delegado.O delegado Paulo Berenguer adiantou também que o indiciamento pela morte de Jéssica foi feito independentemente da confirmação do exame de DNA feito nos restos mortais encontrados na casa de Rio Doce. "Temos elementos suficientes para indiciar os três pelo homicídio. Inclusive a própria confissão dos suspeitos", contou o delegado. Jorge Beltrão, a esposa e a amante ficaram conhecidos como os Canibais de Garanhuns. A polícia descobriu que eles mataram duas mulheres naquele município e comeram partes dos corpos das vítimas.As vítimas eram atraídas para a residência dos acusados com a promessa de um emprego de doméstica. No local, as mulheres eram esquartejadas e tinham os restos mortais enterrados no quintal. Eles foram descobertos porque usaram o cartão de crédito de uma das vítimas. Os familiares da mulher avisaram à polícia, que rastreou as compras e obteve imagens de Jorge e Isabel usando o cartão em um estabelecimento no Centro de Garanhuns. Jorge Beltrão, que já foi professor de caratê, escreveu um livro intitulado Revelações de um esquizofrênico, onde ele conta em detalhes como matou Jéssica e as duas moradoras de Garanhuns. O livro acabou sendo uma das peças principais para incriminar os acusados. A filha de Jéssica Camila da Silva, que era criada pelos acusados, está em uma instituição de amparo enquanto a Justiça decide quando ela será entregue ao avô.
O trio de assassinos de Garanhuns confessou mais seis mortes. O trio de canibais de Garanhuns confessou ter assassinado mais seis pessoas, segundo o promotor do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) em Garanhuns, Itapuan Vasconcelos. Com isso, o número total de vítimas já chega a nove. Ainda de acordo com Itapuan Vasconcelos, eles afirmaram que cinco destes crimes teriam acontecido no Recife e um em Olinda. Jorge Beltrão, Isabel Pires e Bruna Oliveira são acusados de homicídios triplamente qualificados, falsidade ideológica, estelionato, ocultação de cadáver e falsificação de documentos. "Em uma agenda que ela possuía, Bruna tinha anotado que tinha entrado em contato com outras mulheres no Agreste de Pernambuco. Uma em Lagoa do Ouro e outra em Jupi. De acordo com suas anotações, estas mulheres seriam usadas nas próximas missões do grupo. Eles chamavam de missão cada assassinato que cometiam", afirmou o promotor do MPPE, Itapuan Vasconcelos. Em relação a esta nova confissão, a Polícia já está investigando onde cada crime ocorreu para que possam procurar por possíveis corpos. "O trio revelou alguns endereços e nomes e agora eu creio que o DHPP (Departamento de Homicídio e Proteção a Pessoa) esteja buscando mais informações," continuou o promotor.Durante seus depoimentos, os acusados falaram que as duas vítimas em Garanhuns foram atraídas com promessas de emprego ou para falar sobre Deus. Quando chegavam à casa do trio, eram torturadas e assassinadas.O caso - A polícia chegou até os acusados após a família de Alexandra da Silva Falcão, 20 anos, levar à delegacia uma fatura de cartão de crédito apontando que estariam fazendo compras no comércio de Garanhuns com a documentação dela. “Com essa informação em mãos, fomos até as lojas mencionadas na fatura. Chegando nesses estabelecimentos, solicitamos as imagens do circuito interno de segurança e conseguimos prender os acusados”, explicou o delegado Wesley Fernandes, da Polícia Civil. Presos, os acusados confessaram estar usando os documentos da vítima e afirmaram também ter matado Alexandra e Giselly Helena da Silva, mais conhecida como "Geisa dos Panfletos", que estava desaparecida desde o dia 12 de março. Em depoimento, eles também confessaram terem enterrado os corpos no quintal da própria casa. Quando chegaram à residência, os policiais foram recebidos por uma criança de apenas cinco anos que deu informações do crime para a polícia e apontou os locais onde estavam enterrados os corpos. “Ela já foi encaminhada para o Conselho Tutelar da cidade e receberá todos os cuidados necessários”, finalizou o delegado. Canibalismo - Isabel Cristina confessou que os três não apenas esquartejavam as vítimas, mas também retiravam a pele dos corpos, cozinhavam a carne, se alimentavam e usavam parte desta carne humana para rechear salgados que eram vendidos em Garanhuns e Caruaru.
Garanhuns: Assassinos de mulheres vendiam salgados recheados de carne humana.Segundo o delegado Wesley Fernandes, que está à frente do caso, durante o depoimento de Isabel Cristina, ela confessou que parte dos salgados – coxinhas, risoles, empadas, entre outros – que ela fazia para vender na cidade eram recheados com a carne das vítimas. “Depois que eles esquartejavam, a carne era congelada, desfiada e também utilizada para alimentar a família, inclusive dando partes dos corpos para a criança que morava com o trio. Além disso, segundo Isabel, a parte preferida era o coração das vítimas. Mas nada sobrava. Eles também usavam o fígado e os músculos das pernas que eram fervidos e ingeridos, numa espécie de ritual macabro”, explicou o delegado. A polícia acredita que esse mesmo ritual foi feito também com outras vítimas.A polícia encontrou carne humana na geladeira da casa dos assassinos.A vendedora de salgados  - Isabel Cristina Pira, 50, dona de casa, casada com Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, 50, fazia os salgados em casa e saia pelas ruas do centro de Garanhuns vendendo empadas, coxinhas, sempre com o argumento que estava precisando comprar remédios e colocar comida em casa.Elas foram assassinadas, esquartejadas e enterradas no quintal da casa dos assassinos. Quando a polícia chegou à residência foi recebida por uma criança de apenas cinco anos de idade que mostrou aos policiais, “o local onde os pais mandavam as pessoas para o inferno”. Ela foi levada para o Conselho Tutelar da Cidade e os acusados, Jorge Negromonte, Isabel Cristina e Jessica Camila foram encaminhados para a 2ª Delegacia, onde confessaram ter cometido o crime.A mãe da vítima.  Em entrevista, Celma Maria Leandro da Silva, 42, mãe de Alexandra da Silva (vítima), tinha esperança de encontrar a filha ainda viva. Segundo ela, Alexandra saiu de casa no dia 12 de março, dizendo que ia resolver uma questão de emprego, já que uma mulher (que seria Isabel, uma as acusadas) teria lhe oferecido uma oportunidade de trabalho, enquanto pegava ônibus no centro da cidade.Revolta. Moradores da Rua das Emboabas, no bairro Jardim Petrópolis - onde aconteceu o crime - arrombaram a residência dos acusados e atearam fogo no imóvel. A Polícia também registrou um saque no local. Quatro pessoas foram detidas.Entre elas, três menores.
O livro - Com frieza, Jorge Negromonte registrou cada passo dessa atrocidade em 34 capítulos distribuídos em 54 páginas de ofício. Com direito a ilustrações demoníacas, sumário, biografia e um roteiro de magia negra, o acusado relata como matou as vítimas e o prazer em acabar com, o que ele chama de “adolescentes do mal”.Confira alguns trechos do livro: Capítulo XXVI. A dividida. Vejo aquele corpo no chão, Jéssica desconfia que ainda se encontre com vida, pego uma corda, faço uma forca e coloco no pescoço do corpo, puxo para o banheiro e ligo o chuveiro para todo o sangue escorrer pelo ralo.Ao olhar para o corpo já sem vida da adolescente do mal, sinto um alívio. Pego uma lamina e começo a retirar toda a sua pele, e logo depois à divido.Eu, Bel e Jéssica nos alimentamos com a carne do mal, como se fosse um ritual de purificação, e o resto eu enterro no nosso quintal, cada parte em um lugar diferente...Capítulo XXIV. o plano macabro de destruir a adolescente maldita –“Um dia eu aproveitando que a adolescente do mal não estava, combinei com Bel e com Jéssica um modo de destruí-la, e chegamos a uma conclusão: Matá-la, dividi-la e enterrá-la. Só que cada parte dela em um lugar diferente.Era uma noite de chuva forte, relâmpagos e trovoadas. A criatura do mal estava em um quarto da casa; olho para Bel e para Jéssica com um olhar de que aquela noite seria o momento certo para destruir o mal."Todo ser humano tem instinto assassino, e tal instinto é liberado em situações como essa. O homem também é o único ser que mata por prazer, mas até o matar por prazer é uma espécie de autoproteção do seu eu...”Depois de localizar os corpos de duas mulheres assassinadas, esquartejadas e enterradas no quintal da casa dos acusados Jorge Negromonte, 50 anos, Isabel Cristina, 51, e Jéssica Camila, 22 anos, na Rua das Emboabas, no bairro Jardim Petrópolis em Garanhuns, a Polícia Civil segue com as investigações e a cada momento se depara com novas informações que têm chamado a atenção das autoridades. Desta vez, um livro foi localizado.Distribuídos em 50 páginas de papel ofício, Jorge Negromonte narrou cada detalhe do crime que cometeu ao lado da esposa e da amante.O folheto, que tem como título "Revelações de um esquizofrênico", parece um livro de magia negra. Com direito a ilustrações com figuras demoníacas, biografia, sumário e 34 capítulos, o acusado queria deixar perpetuado o ato de brutalidade. Tanto que, não bastasse a frieza em descrever os fatos, levou o livro impresso (em gráfica rápida) e o registrou no Cartório do Terceiro Ofício de Notas em Garanhuns (às 15h36 do dia 28 de março deste ano).Assassinos esquartejaram vítimas e enterraram os corpos na própria residência.Desde a manhã de quarta-feira (11), quando a Polícia Civil chegou até uma residência da Rua das Emboabas, no bairro da Liberdade em Garanhuns, no agreste de Pernambuco, e localizaram os corpos de duas mulheres que estavam desaparecidas, a população demonstra a revolta ao acompanhar de perto essa tragédia.De acordo com a polícia, a casa dos assassinos foi arrombada e saqueada, por volta das 19h30. Ao todo, quatro pessoas foram detidas. Entre elas, três menores. Nada restou na residência.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Baixos níveis de ferro aumentam risco de coágulos no sangue


por PGAPereira. Pessoas com baixos níveis de ferro no sangue têm um maior risco de coágulos de sangue perigosos, segundo pesquisa recentemente publicada na revista Thorax. Um estudo de fatores de risco de coagulação em pacientes com uma doença hereditária dos vasos sanguíneos sugere que o tratamento da deficiência de ferro pode ser importante para prevenir coágulos sanguíneos potencialmente letais. Cada ano, uma em cada 1.000 pessoas no Reino Unido é afetado por trombose venosa profunda - formação de coágulos sanguíneos que se formam nas veias. Estes podem causar dor e inchaço, mas também pode ser fatal se o coágulo é desalojado e viaja para dentro dos vasos sanguíneos dos pulmões. Apesar de alguns fatores de risco para coágulos de sangue ser reconhecidos, como a imobilidade em grandes cirurgias e câncer, muitas vezes, não há nenhuma razão clara para a formação de coágulo de sangue. Para procurar por novos fatores de risco para coágulos de sangue, os cientistas do Imperial College London estudaram pacientes com telangiectasia hemorrágica hereditária (THH). THH é uma doença hereditária dos vasos sanguíneos, os principais sintomas são sangramentos excessivos do nariz e do intestino. Pesquisas anteriores feitas pelo mesmo grupo descobriram que os pacientes THH têm um maior risco de coágulos de sangue, mas a razão para isso estava evidente. "A maioria dos nossos pacientes que tiveram coágulos de sangue não tinham nenhum dos fatores de risco conhecidos", disse no jornal o autor principal, Dr. Claire Shovlin, a partir do Instituto do Pulmão e do Coração do Imperial College London e consultor honorário do Imperial College Healthcare NHS Trust . "Nós pensamos que o estudo de pessoas com THH pode nos dizer algo importante sobre a população em geral." Dr Shovlin e sua equipe analisaram o sangue de 609 pacientes analisados na clínica HHT no Hammersmith Hospital entre 1999-2011, e observou as diferenças entre os pacientes que tiveram coágulos de sangue e aqueles que não foram acometidos. Muitos dos pacientes tinham baixos níveis de ferro por causa do ferro perdido através de sangramento. Os pesquisadores descobriram que níveis baixos de ferro no sangue era um forte fator de risco de coágulos sanguíneos. Pacientes que tomaram suplementos de ferro não tiveram riscos mais elevados, sugerindo que o tratamento para a deficiência de ferro pode prevenir coágulos sanguíneos. "Nosso estudo mostra que, em pessoas com THH, baixos níveis de ferro no sangue é um fator de risco potencialmente tratável para coágulos de sangue," disse o Dr. Shovlin. "Existem pequenos estudos na população em geral que suportam estes achados, mas são necessários mais estudos para confirmar isso. Se a descoberta se aplica à população em geral, teria implicações importantes em quase todas as áreas da medicina."
          A anemia ferropriva é suposta afetar pelo menos 1 bilhão de pessoas em todo o mundo. A associação com o risco de coágulo de sangue pode não ter sido encontrada antes porque os níveis de ferro que demonstram a ligação podem flutuar durante o dia, e outros marcadores de deficiência de ferro podem mascarar a análise se outras condições médicas estão presentes. O tempo consistente de amostras de sangue, como neste estudo, é importante para o estabelecimento de correlações com os resultados de saúde. A ligação entre os níveis de ferro e coágulos sanguíneos parece ser dependente do fator VIII - uma proteína do sangue que promove a coagulação normal. Altos níveis de fator VIII no sangue também são um forte fator de risco para coágulos de sangue, e baixos níveis de ferro estavam fortemente associados com maiores níveis do fator VIII. O gene que codifica o fator VIII tem locais específicos onde as ferro-proteínas podem se ligar, o que torna plausível que os níveis de ferro poderiam regular o gene do fator VIII, e que este pode ser o mecanismo para a ligação. "Podemos especular que, em termos evolutivos pode ser vantajoso para promover a coagulação do sangue quando o sangue é pobre em ferro, a fim de evitar mais perda de sangue," disse o Dr. Shovlin. O estudo foi financiado pelo Centro de Investigação Biomédica imperial global, estabelecido por uma concessão do Instituto Nacional de Pesquisa em Saúde. Aviso ao leitor: Tomar suplementos farmacêuticos para suprir carência de ferro no organismo pode levar ao endurecimento das fezes e dificuldade na sua evacuação. No seu lugar, coma alimentos ricos em ferro, como por exemplo,  feijão, ervilhas, carnes, etc. 

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

A digitalização de coágulos nas pernas


 Por PGAPereira e Caroline Medical Center. Embolias pulmonares matam 60.000 pessoas a cada ano. Muitas vezes, os coágulos se formam nas pernas, libertam-se e viajam para os pulmões, onde podem causar morte súbita. As tomografias podem identificar esses coágulos nos pulmões. Agora, os médicos estão usando essa mesma tecnologia para obter uma vantagem sobre o seu diagnóstico. Andar pelos corredores longos deste armazém não é apenas parte do trabalho de Michael Leyva, é uma boa terapia para as pernas e pulmões. Isso porque Mike tem coágulos sanguíneos nas veias profundas das pernas que quase lhe custou a vida. "Eu estava na UTI cardíaca, e é aí que eles me explicaram que eu tinha coágulos de sangue que haviam se afastados de estar em minhas pernas de uma cirurgia anterior uma semana antes", diz Leyva. Tomografias computadorizadas do tórax identificam coágulos nos pulmões. Agora radiologistas estão tomando a digitalização como um passo adiante - varredura em pernas de um paciente para detectar coágulos antes que eles circulem. "Essa é a grande vantagem de fazer venografia CT, pois permite a oportunidade de ver o coágulo nas pernas antes que ele arrebente e vá para os pulmões", disse Jeffrey Kline, diretor de Pesquisa de Medicina de Emergência no Carolina Medical Center, em Charlotte, NC, diz DBIS.A venografia de tomografia computadorizada, CTV, leva apenas três minutos a mais do que uma varredura do pulmão normal. Mas esses três minutos podem significar a vida ou a morte. Dr. Kline diz, "Isso nos dá uma idéia da duração do tratamento, o que temos a fazer, e o que nós vamos dizer ao paciente a esperar." Para Leyva, o exame adicional mostrou coágulos mais escondidos em suas pernas. Os médicos colocaram em um diluidor de sangue para ajudar a dissolver os coágulos. "Está ficando melhor, e espero que em julho eles  me digam, 'OK, você está fora do Coumadin. Você está fora de anticoagulantes", diz ele, um triunfo sobre a formação de coágulos que, sem Vernografia CT, teriam ficado escondidos - e uma ameaça potencialmente mortal. Dr. Kline diz que apenas cerca de 20% dos hospitais com a tecnologia para realizar Venografia CT estão realmente usando o teste. À exceção de uma pequena quantidade de radiação extra, não há riscos associados. Sobre embolia pulmonar: A embolia pulmonar surge da doença tromboembólica, o que provoca formação de coágulos nos vasos sanguíneos das pernas. A maioria das embolias pulmonares ocorre quando um coágulo de sangue se liberta de uma artéria na perna e viaja para os pulmões. Mais de 600.000 pessoas nos EUA sofrem de embolia pulmonar a cada ano, e 10% dos casos são fatais. Como a TC funciona: tomografia computadorizada usa raios-X para fazer a imagem do corpo. Os raios-X podem passar pela maioria dos materiais. Tudo depende do tamanho dos átomos que compõem o material; átomos maiores absorvem fótons de raios-X, enquanto que átomos menores não, e os raios-X passam através dele. Por exemplo, o tecido mole do corpo é constituído por átomos menores, de modo que não absorvem os raios-X muito bem. Mas os átomos de cálcio nos ossos são muito maiores e não absorvem raios-X. Uma câmara do outro lado do paciente grava os padrões de luz dos raios-X luz que passam através do corpo do paciente. Em uma TC, uma série de feixes de raios-X é dirigida através do corpo de diferentes ângulos. Isso cria seções transversais com as quais os cientistas podem ter uma melhor visão do corpo. As imagens são reunidas por computador em uma pilha de imagens que podem ser vistas rapidamente, como folhear um baralho de cartas. Os pesquisadores do New York Presbyterian Hospital estudaram mais de 1.500 pacientes submetidos a dois tipos diferentes de técnicas de tomografia computadorizada com suspeita de embolia pulmonar. A angiografia pulmonar (CTPA) digitaliza os pulmões para detectar a presença de coágulos sanguíneos. Mas muitos dos coágulos nas artérias menores não são visíveis neste tipo de digitalização, de modo que a doença tromboembólica pode ser diagnosticada em alguns pacientes. A Venografia Indireta CT (CTV) examina a perna e veias pélvicas, dando aos médicos uma visão mais completa do que está acontecendo no corpo. Resultados - A combinação de exames de CTPA e CTV aumentou a taxa de detecção da doença tromboembólica em 20%. Adicionando CTV indiretamente na sequência de um exame CTPA não requer material de contraste adicional e leva apenas três minutos para executar. Ele também elimina a necessidade de uma análise separada das extremidades inferiores do paciente, o que pode retardar o diagnóstico. 

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Novo teste para asma e tosse crônica


Por PGAPereira. Os pneumologistas descobriram que um teste de diagnóstico de asma - o teste de óxido nítrico exalado é uma maneira fácil e rápida para determinar se os corticosteróides inalados (medicamentos que reduzem a irritação e inflamação) vão aliviar a tosse crônica de um paciente. O paciente respira em um analisador de forma a medir a inflamação em tubos dos pulmões brônquicos. Pontuações anormais indicam que o paciente tem asma ou possivelmente não é asmático, tem bronquite ou é osinofílico. As tosses são uma das razões mais comuns quando os pacientes consultam um médico. Para os pacientes com tosse crônica, o diagnóstico e tratamento podem ser frustrantes, mas o novo teste simples poderia ajudar milhõesa  desvendar o mistério do seu problema persistente. A enfermeira Judy Rueggs sofre de uma tosse crônica. "Às vezes, meus pacientes me dizem: 'Você precisa ver um médico", disse Rueggs. Hoje é um dia bom para Rueggs. Ela está tentando um novo teste que está ajudando outros a encontrar alívio. O teste de óxido nítrico exalado da Clínica Mayo tem grandes vantagens sobre um teste mais comumente utilizado, a metacolina. "É simples, é mais rápido, é não-invasivo, e  sem efeitos colaterais", disse Peter Hanh, MD, um pneumologista da Clínica Mayo em Rochester, Minnesota.
          O teste mede a inflamação em tubos dos pulmões brônquicos. Uma pontuação anormal indica se um paciente tem uma causa tratável de tosse crônica. Pneumologistas como o Dr. Hahn dizem que as quatro principais causas de tosse crônica são gotejamento pós-nasal, refluxo ácido, asma e um tipo de bronquitenão- asmática. Com apenas algumas respirações, o novo teste permite aos médicos descobrirem qual o paciente que sofre de duas condições tratáveis, asma e bronquite. "Fazendo isso é muito simples, o teste não-invasivo na frente, fomos capazes de encontrar pacientes que foram sensíveis aos corticosteróides inalados como um tratamento para a tosse", disse Hahn. Rueggs vê em primeira mão como este teste ajuda seus pacientes. "Eles acham que é maravilhoso, há outro teste que possa realmente se concentrar em seu diagnóstico", disse Rueggs. Sobre o Teste: Usando um teste barato na intenção de diagnosticar a asma, os médicos agora são capazes de determinar rapidamente se corticosteróides vai ser um tratamento eficaz para a tosse crônica. O teste mede a presença de um gás chamado óxido nítrico, quando um paciente expira. Durante o teste, o paciente expira em um analisador. Um paciente com asma ou bronquite asmática não terá uma leitura anormal porque as vias aéreas dos pacientes estão inflamadas e irritadas, o que está causando a tosse. Ambos os diagnósticos podem ser eficazmente tratados com corticosteróides inalados.
          Sobre os pulmões: Os pulmões estão localizados na cavidade torácica, e são protegidos pela caixa torácica. Os pulmões são responsáveis ​​pela troca de oxigênio e dióxido de carbono entre o corpo e do seu ambiente circundante. Eles são feitos de um tipo esponjoso e elástica do tecido preenchido com pequenos orifícios ou bolhas, cada um rodeado por uma fina rede de vasos sanguíneos pequenos. A área de superfície total dos pulmões é aproximadamente do tamanho de um campo de futebol. Quando inspiramos, o diafragma e intercostais ou músculos da parede torácica se contraem, fazendo com que o ar viaje a partir do seu nariz e boca através da traquéia (traquéia), em seguida, através de tubos de grande e pequeno portes nos pulmões chamados brônquios. No final destes tubos estão grupos de sacos de ar minúsculos chamados alvéolos. Eles têm paredes muito finas cheia de pequenos vasos sanguíneos chamados capilares. O oxigênio passa dos alvéolos para os vasos sanguíneos e o dióxido de carbono - o subproduto de resíduos do metabolismo do corpo - passa do sangue para os sacos aéreos. O dióxido de carbono é então expelido para a atmosfera quando você expira. A taxa de respiração é controlada pelo sistema nervoso, especificamente centros respiratórios localizado no tronco cerebral, ou medula. Estes centros estão cheios de células nervosas que automaticamente enviam sinais para o diafragma e os músculos intercostais, levando-os a contraírem e relaxarem em intervalos regulares. 

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Oxigênio respirável surgiu no final do Arqueano


por PGAPereira e KCroswell. O oxigênio respirável pelos seres vivos da Terra de hoje foi um fenômeno provocado por mudanças no magma do planeta 2,5 bilhões de anos atrás, dizem dois geólogos. O oxigênio atualmente compõe 21% da nossa atmosfera. Mas para o primeiro semestre de existência da Terra, o ar tinha quase nenhum oxigênio. Misteriosamente, as bactérias, como algas verdes-azuis, que produzem oxigênio através da fotossíntese, já existiam há centenas de milhões de anos antes que o oxigênio finalmente conseguisse enriquecer o ar durante o período chamado de Evento de Grande Oxidação. Agora, um novo estudo de 70.000 amostras de rochas de todo o mundo pode ter resolvido o mistério do atraso do oxigênio. As rochas mostram uma mudança dramática na composição do magma da Terra no final do Arqueano, que durou de 4 a 2,5 bilhões de anos atrás. "Este foi realmente um pouco inesperado para nós", disse o co-autor C. Brenhin Keller, da Universidade de Princeton. Isso porque a descoberta implica magma formado em profundidades maiores durante o Arqueano do que em qualquer outro momento desde então.
Os gases do magma absorveram o oxigênio - Keller e seu co-autor Blair Schoene, também de Princeton, especulam que a mudança de onde o magma se formou desencadeou as diferentes composições químicas observadas em suas amostras de rochas. Importante, os cientistas propõem, essa mudança poderia ter alterado o equilíbrio de ferro, de ferroso para férrico (Fe++ para Fe+++), no magma, de versões do elemento que reagem de forma diferente com o oxigênio. Quando os vulcões estavam produzindo magma com ferro ferroso, emitiam gases que prontamente encharcavam o oxigênio atmosférico, disse Keller. Em contraste, quando os vulcões começaram a expelir magma com ferro férrico, os gases consumiam menos oxigênio, e a fotossíntese foi capaz de enriquecer o ar com o elemento, supõe-se. William White da Universidade Cornell revisou o artigo para publicação, mas não se envolveu no estudo. Ele observa que a mudança recente na composição de magma ocorreu em torno do mesmo período de tempo que o aumento de oxigênio. "Eu suspeito que isso não seja coincidência", disse ele, ecoando as conclusões do estudo. Cerca de dois bilhões de anos depois, o ar da Terra rico em oxigênio permitiu os animais, incluindo seres humanos, de emergir e prosperar. Além disso, o elemento recém abundante deu origem à camada de ozônio do nosso planeta que protege a vida na superfície da radiação solar prejudicial. Primeiro, porém, o aumento de oxigênio submeteu o nosso planeta a uma crise de meia-vida: o oxigênio reage rapidamente com o metano, um gás de efeito estufa que foi aquecendo o mundo antes do evento de oxidação. Com uma queda do metano atmosférico, a Terra e seus habitantes sofreram a primeira grande era de gelo do planeta. 

domingo, 23 de setembro de 2012

O mercúrio lançado na Atmosfera

Por PGAPereira. Em busca de riquezas e de energia ao longo dos últimos 5.000 anos, os seres humanos têm liberado para o meio ambiente 385.000 toneladas de mercúrio, a fonte de inúmeras questões sanitárias, de acordo com um novo estudo que desafia a idéia que a liberação do metal está em declínio. O relatório aparece na revista Environmental & Technology. Este artigo explica que os seres humanos colocaram mercúrio na atmosfera pela queima de combustíveis fósseis e por processos de mineração e industrial. O mercúrio está presente no carvão e nos minérios usados ​​para extrair o ouro e a prata. Existe mais informação sobre os lançamentos recentes de mercúrio, mas há poucas informações sobre lançamentos no passado. Para descobrir o quanto as pessoas têm tido impacto ao longo dos séculos, os cientistas reconstruíram acréscimos humanos de mercúrio na atmosfera, usando dados históricos e modelos de computador. A pesquisa mostra que as emissões de mercúrio atingiram o pico durante as corridas norte-americanas de ouro e prata no final de 1800, mas após um declínio em meados do século 20, estão rapidamente a subir graças principalmente a um aumento no uso do carvão. Eles relatam que a Ásia ultrapassou a Europa e os Estados Unidos como o maior contribuinte de mercúrio. Dados recentes sugerem que as concentrações de mercúrio na atmosfera estão diminuindo, e isso não é consistente com sua conclusão de aumento das emissões. A alteração das condições atmosféricas pode ser parcialmente responsável, mas mais trabalho também é necessário para entender o destino de grandes quantidades de mercúrio em produtos descartados, tais como baterias e termômetros. Os pesquisadores prevêem que o mercúrio liberado por mineração e combustível pode levar até 2.000 anos para sair do meio ambiente e ser reincorporados pelas rochas e minerais na Terra. 

sábado, 1 de setembro de 2012

Consumo crônico de álcool e suas seqüelas


por PGAPereira. A embriaguez, no seu uso mais comum, é o estado de intoxicação pelo consumo de álcool etílico a um grau que as capacidades físicas e mentais são visivelmente diminuídas. Os sintomas mais comuns podem incluir fala arrastada, diminuição do equilíbrio, coordenação pobre, rubor facial, olhos avermelhados e comportamento atípico.Teor de álcool no sangue.Teor de álcool no sangue (ou concentração de álcool no sangue), muitas vezes abreviado BAC, é a concentração de álcool no sangue, medido, em volume, como uma percentagem. Por exemplo, uma classificação de BAC de 0,20 significa 1 parte de álcool por 500 no sangue de um indivíduo. Em muitos países, o CCB é medida e relatada em miligramas de álcool por 100 mililitros de sangue (mg/100ml). Número de bebidas consumidas é uma medida grosseira de intoxicação.Alcoolismo.O alcoolismo é o consumo ou preocupação com bebidas alcoólicas ao ponto que este comportamento interfira com a normalidade pessoal, familiar, social, ou a vida de trabalho de um alcoólatra. O consumo crônico de álcool causado pelo alcoolismo pode resultar em distúrbios psicológicos e fisiológicos. O alcoolismo é um dos problemas de uso de drogas mais caras do mundo. Embora a utilização de álcool seja necessária para desencadear o alcoolismo, o mecanismo biológico do alcoolismo é incerto. Para a maioria das pessoas, o consumo moderado de álcool representa pouco perigo do vício. Outros fatores devem existir para desenvolver o uso de álcool no alcoolismo. Esses fatores podem incluir o ambiente social de uma pessoa, a saúde emocional e a predisposição genética. Além disso, um alcoólico pode desenvolver múltiplas formas de dependência de álcool, simultaneamente, tais como psicológicas, metabólicas e neuroquímicas.

Detox curta. Detox curta para desintoxicação, em geral, é a remoção de substâncias tóxicas do corpo. É uma das funções do fígado e rins, mas também pode ser conseguida artificialmente por técnicas, tais como diálise e (em um número muito limitado de casos) terapia de quelação. Detox dieta - Dieta de desintoxicação em um regime dietético que envolve uma mudança nos hábitos de consumo na tentativa de desintoxicar o organismo por eliminação de toxinas ou outros contaminantes.Alega-se para melhorar a saúde, a energia, a resistência à doença, o estado mental, a digestão, bem como auxiliar na perda de peso. Dietas Detox geralmente sugerem que frutas e verduras compõem a maior parte de ingestão de alimentos. Limitar esses não transformados (e às vezes também não-GM) é freqüentemente defendido. Limitar ou eliminar o álcool também é um fator importante, e beber mais água (o que ajuda a reduzir o apetite) é igualmente recomendado. Os críticos apontam que o fígado humano, os rins, os pulmões e a pele têm evoluído de forma adequada para expulsar contaminantes ambientais e estão perfeitamente preparados para continuar a fazê-lo sem ajuda. Tem sido postulado que algumas frutas e vegetais pode realmente conter toxinas naturais mais do que as substâncias de origem animal como carne, peixe e leite.

Sistema excretor.É aquele que realiza a função de excreção do corpo humano, o processo de descarga de resíduos corporais. O sistema excretor é responsável pela eliminação de resíduos produzidos pela homeostase. Existem várias partes do corpo que estão envolvidos neste processo, tais como glândulas sudoríparas, o fígado, os pulmões e o sistema renal. Todo ser humano tem dois rins. Cada rim é constituído por três secções: o córtex renal, a medula renal e a pélvis renal. O sangue chega ao rim através da artéria renal, que se divide em muitas arteríolas aferentes. Estas arteríolas desembocam nas cápsulas de néfrons de Bowman, onde os resíduos são retirados do sangue por filtração sob pressão. Capilares peritubulares também envolvem o néfron sendo assim as substâncias podem ser tomadas tanto dentro como fora do sangue. O córtex renal é a camada exterior do rim e a medula é a camada interna do rim. A pélvis renal leva a urina para longe do rim através do ureter. Ambos os ureteres do corpo urinário levam a urina da bexiga que se expande e envia impulsos nervosos quando cheia. A partir daí, a urina é expelida através da uretra e para fora do corpo.Transtorno fetal do espectro do álcool. Transtorno fetal do espectro do álcool (FASD) descreve um espectro permanente e muitas vezes devastador de defeito de nascença-síndrome causada pelo consumo de álcool pela mãe durante a gravidez.

Defeitos fetais relacionados ao consumo de álcool: prisão perpétua.Todo ano, cerca de 4000 bebês na Alemanha nascem com defeitos relacionados ao álcool. As mães dessas crianças têm muitas vezes ingerido álcool regularmente durante a gravidez. As conseqüências são muitas vezes devastadoras e geralmente persistem na vida adulta. Apesar de intensa pesquisa o mecanismo patogenético preciso dos danos do álcool intra-útero continua a ser claramente confirmados. Os recém-nascidos afetados são muito pequenos e de baixo peso, com deformidades craniofaciais. A fissura palpebral estreitada e o lábio superior fino são manifestações típicas. O desenvolvimento físico e mental dessas crianças está atrasado. Muitos deles são alunos pobres ou exibem comportamentos conspícuos. Transtornos psiquiátricos e neurológicos, como depressão e crises epilépticas ocorrem com maior freqüência. Na idade adulta, os pacientes muitas vezes não são capazes de viver de forma independente e exigem cuidados de longa duração. Assim, os distúrbios fetais do espectro do álcool são um diagnóstico para a vida toda. As várias formas de transtornos fetais do espectro do alcoolismo são apresentadas pelos pediatras Hans-Ludwig Spohr e Hans-Christoph Steinhausen na última edição da Deutsches Ärzteblatt Internacional (Int Dtsch Arztebl 2008; 105 [41]: 693-8).O retardo mental. O retardo mental é um termo para padrão de persistência a aprendizagem lenta do organismo humano e habilidades básicas de linguagem ("milestones") durante a infância, e capacidade intelectual global como um adulto significativamente abaixo do normal.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Na América Latina 29 milhões têm tênias no cérebro


Um cérebro humano invadido por cistos de Taenia solium, uma solitária que normalmente habita os músculos dos suínos.

Os vermes parasitas deixam milhões de vítimas paralisadas, com epilepsia, ou pior. Então, por que alguém não se mobiliza para erradicá-los?
por PGAPereira e Carl Zimmer
          Heodore Nash vê apenas algumas dúzias de pacientes por ano em sua clínica no National Institutes of Health em Bethesda, Maryland. São casos raros como mostram as práticas médicas, mas seus pacientes não possuem número que compense a intensidade de seus sintomas. Alguns caem em coma. Alguns ficam paralisados ​​de um lado de seu corpo. Outros não conseguem andar em linha reta. E outros vêm para Nash parcialmente cego, ou com tanto líquido em seu cérebro que eles precisam de derivações implantadas para aliviar a pressão. Alguns perdem a capacidade de falar, muitos caem em convulsões violentas. Debaixo desta panóplia de sintomas está a mesma causa, capturadas nas imagens de ressonância magnética que Nash coleciona de cérebros de seus pacientes. Cada cérebro contém uma ou mais bolhas esbranquiçadas. Você pode imaginar que se trata de tumores. Mas Nash sabe que as bolhas não são feitas de células do próprio paciente. Elas são parasitas. Aliens. Uma bolha no cérebro não é a imagem que a maioria das pessoas tem quando alguém menciona as tênias. Estes vermes parasitas são mais conhecidos em sua fase adulta, quando vivem no intestino das pessoas e seus corpos em forma de fita e podem crescer até (21 pés) 6,4 metros. Mas isso é apenas uma etapa no ciclo de vida do animal. Antes de se tornarem adultas, as tênias passam o tempo todo como larvas em grandes cistos. E esses cistos podem acabar no cérebro das pessoas, causando uma doença conhecida como neurocisticercose.
          "Ninguém sabe exatamente quantas pessoas existem com ela nos Estados Unidos", diz Nash, que é o chefe da Seção de parasitas gastrintestinais no NIH. Sua melhor estimativa é de 1.500 para 2.000. Em todo o mundo, os números são muito maiores, embora estimativas em escala global sejam ainda mais difíceis de fazer porque a neurocisticercose é mais comum em lugares pobres que não possuem bons sistemas de saúde pública. "Minimamente, existem 5 milhões de casos de epilepsia de neurocisticercose", diz Nash. Ele coloca uma forte ênfase na minimamente. Mesmo nas nações desenvolvidas, descobrir quantas pessoas têm a doença é difícil porque é fácil confundir os efeitos de uma tênia em uma variedade de distúrbios cerebrais. A prova mais evidente  é a imagem fantasmagórica de um cisto em uma varredura do cérebro, juntamente com a presença de anticorpos contra vermes. Os cientistas olham mais atento à epidemiologia da doença, o pior fica. Nash e especialistas em neurocisticercose foram viajar pela América Latina, com tomógrafos e exames de sangue para examinar as populações. Em um estudo no Peru, os investigadores encontraram 37 por cento das pessoas que apresentava sinais de ter sido infectada em algum ponto. No começo deste ano, Nash e colaboradores publicaram uma revisão da literatura científica e concluiu que algo entre 11 milhões e 29 milhões de pessoas têm neurocisticercose só na América Latina. As tênias também são comuns em outras regiões do mundo, como África e Ásia. "A neurocisticercose é uma doença muito importante em todo o mundo", diz Nash.
O ataque do cisto
          A doença alarmante ocorre quando larvas do tapeworm, tênia perde o seu caminho. Normalmente, a Taenia solium tem um ciclo de vida que o leva de porcos para humanos e de volta para os porcos novamente. Vermes adultos, que vivem no intestino dos seres humanos, produzem até 50.000 ovos cada um. Os ovos são eliminados nas fezes da pessoa infectada. Os porcos engolem estes ovos acidentalmente à medida que remexe o alimento no chão. Quando os ovos do parasita chegam a um estômago de porco as larvas eclodem, e iniciam o seu caminho para a corrente sanguínea do animal. Eventualmente, elas acabam alojadas em pequenos vasos sanguíneos, geralmente nos músculos do animal. Lá elas formam cistos e espera até que seu anfitrião seja comido por um ser humano. (Carne de porco tem de ser cozida para os vermes completar sua jornada.) Mas às vezes as tênias tomam um rumo errado. Em vez de continuar em um porco, os ovos acabam em um ser humano. Isso pode ocorrer se alguém derramar ovos de tênia contaminando os alimentos que outras pessoas depois come. Quando o ovo confusamente não se desenvolve em larva adulta no intestino do ser humano, e em vez disso, atua como se estivesse dentro de um porco ele continua na corrente sanguínea da pessoa e é conduzido através do corpo todo. Muitas vezes, estes parasitas acabam no cérebro, onde formam quistos.
          As larvas de tênias muitas vezes ficam presas nos ventrículos ou cavidades cheias de líquido, no cérebro, brotando extensões semelhante a uvas. Deste modo, o verme ativamente disfarça-se a partir de células imunes. Protegidos e bem alimentados, seus cistos podem prosperar por anos. Quando um quisto de tênia cresce, pode empurrar e comprimir uma região do cérebro e interromper a sua função. Ele pode ficar preso em uma passagem, represando o fluxo de fluido cerebrospinal. Este impasse pode causar hidrocefalia, ou água no cérebro, juntamente com a pressão perigosamente elevada. Uma hérnia cerebral resultante pode acarretar em estupor, coma ou morte. Se um cisto de tênia não causa grandes problemas, pode passar despercebido por toda a sua vida. Eventualmente um cisto de tênia que não pode passar para a fase adulta vai morrer o que sinaliza o sistema imune do hospedeiro, provocando um ataque poderoso e trazendo a sua decepção secreta ao fim. Em muitos casos, as células imunitárias rapidamente aniquilam o cisto revelado, mas freqüentemente ocorrem danos. O ataque do sistema imunitário no cisto pode fazer com que o tecido do cérebro circundante inche com a inflamação. Por razões desconhecidas, um cisto calcificado pode ficar provocando essas reações imunológicas por anos após a morte do parasita.
          Embora qualquer cisto em uma área suscetível do cérebro possa causar convulsões, aquelas regiões que se apresentam perto de emitir comandos para os músculos podem desencadear convulsões violentas. Um dos pacientes de Nash sofria de cistos de tênia que se torcia ao redor de seu tronco cerebral. Após as tênias morrerem, a inflamação que se seguiu foi tão grave que colocou o homem em coma. "Trinta ou 40 anos atrás, esses pacientes morriam. Os cirurgiões que entram e veem essa bagunça não podiam fazer muita coisa”, diz Nash. Felizmente, a situação está melhorando. Mesmo os pacientes em coma acordaram e, após alguns anos em tratamento, se recuperaram completamente. "Agora o cara está indo muito bem."
Quebrando o Ciclo
          Um grande passo veio em meados dos anos 1980, quando o praziquantel , a primeira droga capaz de matar larvas de tênia no cérebro tornou-se amplamente disponível. Mas o praziquantel provou ser muito eficaz. Não só mata vermes, mas também desencadeia uma reação imunológica que causa inchaço do cérebro. "Paradoxalmente produzem a doença que queremos tratar", diz Nash. Ao longo dos anos Nash e outros refinaram o tratamento através da combinação de praziquantel com outros fármacos que reduzia o sistema imunitário. Está longe de ser uma solução perfeita, no entanto. Às vezes o sistema imunológico ainda exagera, exigindo anos de assistência em convulsões e outros sintomas. E imunossupressores de drogas como os esteróides têm efeitos colaterais próprios. A busca por melhores medicamentos para combater a neurocisticercose não é um processo fácil. A melhor maneira de testar potenciais medicamentos em tapeworms, tênias é fazer com que os cistos sobrevivam em suínos infectados. Nash e seus colegas recentemente montaram um laboratório no Peru, onde porcos infectados são abundantes, para fazer exatamente isso.
          Apesar de descobrir que a cura é importante, Nash está mais interessado na prevenção de vermes de entrarem em cérebros humanos, em primeiro lugar, quebrando seu ciclo de vida. A estratégia favoreceu está identificando as pessoas que têm vermes adultos em seus corpos e lhes dando drogas para matar os parasitas. É também possível vacinar porcos de modo que eles destruam ovos de tênia logo que os ingerem. Mas o que torna Nash ainda mais frustrado é que tão pouco está sendo feito. "Eu vejo isso como uma doença que pode ser tratada e prevenida", diz ele. Mas existem preciosos poucos recursos disponíveis para o tratamento e pouco reconhecimento do problema. "Tudo isso parece ser muito viável, mas ninguém quer fazer nada sobre isso." 

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Companhia Vale do Rio Doce



Por PGAPereira.Extrativismo mineral é matéria de interesse nacional mesmo porque não são repostos, são vendidos muito baratos e suas vendas em quantidades enormes, comprometedoras, vão acarretar a sua escassez, levar ao empobrecimento dos futuros brasileiros em poucas décadas.
          Certo dia, o mais famoso filho de Itabira chegou à sacada da sua casa e não viu mais a serra em frente. Serra que fora do seu pai, do seu avô, “de todos os Andrades, que passaram/ e passarão, a serra que não passa”.Serra essa que era “coisa de índios”, tomada pelos brancos “para enfeitar e presidir a vida/ neste vale soturno onde a riqueza/ maior é a sua vista a contemplá-la”.Deveria ser uma vista eterna. O pico do Cauê, todo de ferro, do melhor minério do planeta, era capaz de soprar “eternidade na fluência”.Mas eis que, em dada manhã, o poeta Carlos Drummond de Andrade olha e não vê mais a serra dos índios e dos muito Andrades. A forma eterna de ser em ferro fora desmontada, “britada em bilhões de lascas,/ deslizando em correia transportadora/ entupindo 150 vagões,/ no trem-monstro de 5 locomotivas/ – trem maior do mundo, tomem nota”.Indignado, o poeta ordena em versos: “foge minha serra vai,/ deixando no meu corpo a paisagem/ mísero pó de ferro, e este não passa”.Se tivesse nascido em Parauapebas, no Pará, como reagiria aquele que muitos consideram não só o maior poeta de Minas Gerais, mas do Brasil? Sua serra acabou como “um retrato na parede, e como dói”. Deixou como herança um hábito, bem itabirano, “de sofrer que tanto me diverte”, reconforta-se o vate mineiro.

A Vale do Rio Doce em Itabira. - Foi a partir de 1942 que Itabira começou a ser explorada por aquela que se tornaria a maior mineradora de ferro do mundo, a segunda maior das mineradoras em geral, a maior empresa privada do continente latino-americano e a maior exportadora do Brasil: a Companhia Vale do Rio Doce.Vale que ajudou a devastar a bacia do Rio Doce, que lhe emprestou o nome e serviu de maravilhosa paisagem para suas estripulias geológicas de cavar fundas jazidas para inverter serras, que viraram buracos, e depois se reduziram a retratos doloridos na parede de poetas.A CVRD já tinha muita história ao ser vendida em 15 de maio de 1997. Mas tudo que fez em 55 anos como estatal, que saiu do papel com a missão de fornecer o minério vital para o esforço das nações Aliadas na Segunda Guerra Mundial contra as potências do Eixo (assim como a Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda, Rio de Janeiro), foi multiplicado nos 15 anos seguintes como empresa privada.

          O que a Vale já fez em Carajás, 550 quilômetros a sudeste de Belém do Pará, não encontra paralelo na crônica do desmonte de vários dos picos semelhantes ao de Cauê, espalhados por uma das regiões mais belas e de maior densidade histórica e cultural do Brasil, nas antigas Minas Gerais.O trem da estrada de Vitória (no Espírito Santo) a Minas, de 150 vagões, que era o maior do mundo no poema de Drummond, não chega perto do trem de Carajás, hoje o maior de todos.O trem que corre pelos 892 quilômetros da ferrovia de Carajás ao porto da Ponta da Madeira, na ilha estuarina de São Luiz do Maranhão, inaugurada em fevereiro de 1984, tem mais do que o dobro de vagões. São 330, que se estendem por quatro quilômetros de extensão.A composição faz nove viagens por dia. Leva o equivalente a 30 milhões de dólares de um minério ainda mais puro do que o de Itabira, o mais rico da crosta terrestre.Em 2010 o trem parou por vários dias. Uma chuva torrencial inundou toda a parte mais baixa do Maranhão. Os agrupamentos humanos espalhados por uma das regiões mais pobres do Brasil, reduto eleitoral do clã Sarney, ficaram isolados e pessoas morriam ou passavam fome.Enquanto esse drama social acontecia, a tecnologia, o dinheiro, a inventividade e 500 trabalhadores, recrutados para o serviço de levantar diques dos dois lados dos trilhos, se revezavam, sob o comando dos engenheiros da Vale, para fazer a composição cruzar as águas.O trem parecia um animal anfíbio de aço. Nem a enchente o parou. Talvez sobreviva até a um novo dilúvio Noelino. O homem é um capeta no sertão, diria o também mineiro Guimarães Rosa, que de sertão entendia.
          No mês passado houve outra paralisação, dessa vez porque uma ponte em obra desabou. Só três pessoas ficaram feridas, no registro estatístico. Mas 300 mil toneladas de minério deixaram de ser embarcados nos gigantescos navios (um só engole toda essa carga em seu estômago de aço).Os graneleiros atravessam os mares para levar o ferro para o seu maior consumidor, a China, que fica com 60% da produção de Carajás. Outros 20% vão para o Japão.
No ano passado a produção foi recorde: 110 milhões de toneladas, um terço de todo minério que a Vale produziu, com um diferencial: é o filé-mignon do ferro.As jazidas de Carajás deviam durar 400 anos, mas talvez não cheguem a 100. A produção vai dobrar até 2015. O Pará será o maior exportador de ferro do mundo. Produzirá tanto quanto os Estados Unidos no pós-guerra.Ótimo para a Vale (que teve lucro de 30 bilhões de dólares no ano passado, nove vezes o valor da privatização), para a China, para os demais compradores. E para os paraenses?Os paraenses importam pouco. Seu Estado é o 16º em desenvolvimento (IDH) e 21º em PIB per capita (a riqueza dividida pela população). O que importa é o ritmo do trabalho para desmontar as serras, transformá-las em lascas e colocá-las no trem, daí embarcando em navios e serem levadas para bem longe. O resto é detalhe.

          Como o lamentável acidente que aconteceu em Carajás no dia 31 de março. Uma árvore desabou sobre um ônibus que seguia pela Estrada do Manganês, numa das áreas de mineração da empresa, matando três e ferindo nove dos seus ocupantes.À parte a tragédia, acontecendo agora de forma ainda não registrada, um detalhe me chamou a atenção: continua a se chamar Yutaka Takeda o hospital do núcleo urbano de Carajás, em Parauapebas, o 2º município que mais exporta no Brasil (e uma tragédia em indicadores sociais).Quando soube da homenagem prestada pela então estatal, no início dos anos 1990, protestei de público. A denominação original do hospital era Nossa Senhora de Nazaré. Nada mais natural e merecedor de aplausos.Afinal, trata-se da padroeira dos paraenses, que lhe consagram, em Belém, a maior romaria religiosa do mundo. Procissão que conta com mais de um milhão de pessoas.Como a CVRD queria homenagear o big boss da Mitsui, a maior compradora de minério de ferro de Carajás na época, que encontrasse outra forma de bajulação. Inadmissível era fazer a troca da santa pelo executivo, da cultura nativa pela lembrança exótica – e utilitária.Um alto executivo da companhia me garantiu que o hospital voltaria ao seu nome inicial; e me desliguei do assunto.

          O grave acidente do dia 31 me mostrou que fui enganado. Eu e os paraenses que acreditavam que a Vale dava tanta atenção aos seus clientes quanto aos donos da fantástica província mineral, por ela explorada sob concessão do governo federal.Se o que importa é quem comparece à boca do caixa, então que se substitua o nome do executivo japonês pela do capitalista chinês. A China compra, hoje, muito mais minério de ferro do que o Japão de Yutaka Takeda.
 A Companhia Vale do Rio Doce em Carajás

          Em 1980 a Companhia Vale do Rio Doce ainda era estatal. Seu patrão era o governo federal, controlado pelo último general do ciclo de presidentes do regime militar, iniciado em 1964, com a deposição do presidente constitucional e comunista, João Goulart.A CVRD estava a meio caminho de colocar em produção a melhor jazida de minério de ferro do planeta, na serra dos Carajás, 550 quilômetros ao sul de Belém. A entrada desse excepcionalmente rico minério – o mais usado pela indústria – no mercado, em 1984, revolucionou a siderurgia mundial.Dentre outros motivos, por desbancar alguns gigantes industriais, como a americana United States Steel (que foi dona exclusiva de Carajás de 1967 a 1969, quando os militares a obrigaram a se associar à CVRD), a 1ª do ranking nessa época; e favorecer a ascensão das empresas japonesas, chinesas e coreanas. O eixo hegemônico internacional na Amazônia foi deslocado dos EUA para a Ásia, uma tendência que ainda estava em processo na economia global. História que permanece inédita, como quase tudo na Amazônia recente, à espera da disposição dos acadêmicos.Com Carajás, a Vale consolidou sua posição de maior produtora de minério de ferro interoceânico, abriu para si o mercado asiático, galopou para o topo das mineradoras, tornou-se a maior empresa brasileira e a maior exportadora do país. Não é pouco poder. Mas a Vale queria e quer mais.
          Em 1980 ela entregou ao governo um estudo que encomendara. O título estava em inglês: Metal Amazon. O texto, também. O documento nunca precisou ser traduzido para atingir seus objetivos: ampliar ainda mais o domínio da mineradora sobre um território muito maior.A província mineral de Carajás, a mais importante que existe na Terra, ocupa 1,5 milhão de hectares. Mas a Vale desejava controlar um território 10 vezes maior, de 15 milhões de hectares, equivalente ao tamanho do Estado da Paraíba.Para não provocar as previsíveis reações, um órgão oficial foi criado para exercer sua jurisdição sobre esse quase-Estado. Não por mera coincidência, a área do Programa Grande Carajás, coordenado por uma secretaria executiva diretamente ligada à Presidência da República, era praticamente a mesma, em solo paraense, da prevista pelo projeto de criação do Estado de Carajás.Junto com a proposta de emancipação do Tapajós, a oeste do Pará, o projeto foi a julgamento plebiscitário no dia 11 de dezembro do ano passado e acabou rejeitado pelos paraenses, que optaram por manter sua fisionomia tradicional. O projeto de lei foi apresentado no Senado por um representante político do vizinho Estado do Tocantins, não exatamente por acaso (o autor do projeto do Tapajós era de Roraima).
          Nesse espaço, o governo federal, por delegação da empresa, executaria um vasto programa de infraestrutura e de indução a investimentos produtivos, que chegaria a 62 bilhões de dólares (valor da época). O programa, do qual o projeto Carajás da Vale passou a ser apêndice (embora nele tenha tido origem), passou a ser conhecido superlativamente por “Carajazão”, para poder distingui-lo (nem sempre com sucesso) do Carajás “apenas” mineral.Recursos públicos iriam subsidiar tanto ferrovias, portos, estradas e hidrovias quanto siderúrgicas, metalúrgicas e reflorestamentos, em escala ciclópica e com energia intensiva. Era preciso acelerar o ritmo da ocupação, alargar-lhe o horizonte e colocar os produtos gerados a caminho dos mercados internacionais, especialmente da Ásia.Na base ideológica e técnica dessa empreitada, do tal Metal Amazon, a Amazônia era comparada ao monstro de Loch Ness (ou Lago Ness, localizado na Escócia). Os engenhosos ideólogos, que continuam a movimentar as engrenagens da formação das fronteiras econômicas nacionais, recorreram à figura mitológica do monstro para explicar o “fator amazônico”. Este seria um elemento complicador próprio da região (tão selvagem quanto às brumosas paragens escocesas), a onerar os investimentos públicos e privados.
          Mesmo sendo constituída pela maior floresta tropical do mundo (com um terço da mata remanescente), a maior de todas as bacias hidrográficas e a presença humana em seus limites remontando a mais de 10 mil anos, a Amazônia, nessa bitola colonial, seria um “espaço vazio”.Árvores, águas e nativos são invisíveis por essa ótica, que tem sido a matriz da política de dominação da região. Mais do que isso: são estorvos para o desenvolvimento e o progresso, embora estes, na verdade, é que são conceitos estranhos ao bioma amazônico e a toda sua história anterior à chegada dos europeus.Mas que se tornaram impositivos nos tempos atuais em função de poder decisório, tecnologia, capital e outros elementos de força. Ferramentas dos colonizadores vitoriosos, que consideram visões mais íntimas do universo florestal como reminiscências de um tempo morto e enterrado pela “modernidade”. Um anacronismo.Daí ter-se desencadeado a maior destruição de florestas de toda história humana (mais de 700 mil quilômetros quadrados em menos de meio século), pondo-se abaixo um recurso muito mais nobre, como a madeira e toda diversidade biológica, e substituindo-o por outro de valor incomparavelmente inferior.
          É o que explica um município rico em florestas, como São Félix do Xingu, também no sul do Pará, abrigar agora o maior rebanho bovino do país. Milhares e milhares de exuberantes árvores multicentenárias foram abatidas – e continuam a ser derrubadas – para dar lugar a pastos.Sobre essa vegetação rasteira se multiplicaram os animais, com rebanho de 2 milhões de cabeças, sem, no entanto, adquirir qualidade bastante para lhes conferir maior valor agregado minimamente satisfatório no mercado da carne. Maior município pecuário brasileiro é apenas um título de pobreza quantitativa.É também por isso que o orçamento de uma grande hidrelétrica, como Belo Monte, no Rio Xingu, antes mesmo de começar a ser construída, no intervalo de apenas dois anos, passa de 19 bilhões de reais para R$ 28 bilhões (movimento acompanhado pelas grandes empreiteiras nacionais, que pularam da posição de concessionárias de energia para o posto que lhes caibam, de construtoras de grandes obras, em geral superfaturadas).O exemplo mais recente é o da ponte sobre o Rio Negro, ligando Manaus a Iranduba, no Estado do Amazonas, inaugurada no ano passado pela presidenta Dilma Roussef e o ex-presidente Lula. Com 3,6 km de extensão, é a maior já construída sobre águas fluviais no Brasil.Devido aos “fatores amazônicos” engendrados pelo monstro de Loch Ness, o custo da obra cresceu 90% além do limite previsto, indo a mais de R$ 1 bilhão, nos quatro anos em que foi construída.
          Justificativas, números e planilhas sempre são apresentados para dar endosso à obra ou carimbar seu custo extraordinário. Mas quando nenhum argumento é convincente, o desconhecido e inexplicável é chamado à ribalta para assustar os céticos ou iludir os crentes. E assim, sob a face do monstro, a Amazônia desaparece. O monstro invisível e inexorável está vencendo.
           A maioria dos congressistas brasileiros é formada por parlamentares com pouca ou nenhuma instrução educacional ou práticas em comércio internacional, são uns verdadeiros imberbes, avessos a toda sorte de conhecimentos e da história sobre riquezas, ascensão e quedas de nações. Eles não enxergam um palmo além de seus narizes, são praticamente cegos quando o assunto é segurança e interesse da República Federativa do Brasil. O país devia vender chapas de aço cujo custo é 100 vezes maior e acabarem com essa farra de vender por preços irrisórios nossos recursos naturais, lascas de pedras da qual são extraídos quimicamente outros elementos químicos mais caros que naturalmente se encontram misturados ao minério de ferro. O Brasil passou hoje a sustentar a Europa e Ásia falidas com uma arrogância de que suas riquezas naturais jamais serão esgotadas. Nós brasileiros cultos ficamos apreensivos quando o semi-analfabeto Lula ou a presidenta Dilma de descendência estrangeira assessorados pelo PT, um partido oportunista cujos militantes tentam a todo custo sair das suas condições de plebeus e comunistas, tratarem, aprovarem esses assuntos de exclusivo interesse de segurança nacional, e porque não dizer uma matéria exclusiva das Forças Armadas, e que só elas, e somente elas poderiam julgar. A classe política brasileira é constituída na sua maioria por parlamentares leigos quanto a este assunto e que não possuem capacidades intelectuais para discernirem sobre  eventos importantíssimos onde está em jogo o futuro da Nação  Brasileira.